Com inventivos meios de viver com poesia
Ela sorri e roda a saia estampada de alegria
Vestida de cambraia, mas com a alma nua
Nós dois, na varanda, em linda noite de lua
No jantar à luz de velas içadas ao vento
Ela salta e dança, transmitindo sentimentos
Bailam as chamas, assanhadas ribaltas
Projetando minha mulher nas paredes altas
No prédio ao lado, onde bate a silhueta
Até a sua sombra brilha, vista sem luneta
E eu morro de ciúme com tamanho relevo
Esquecê-la a alheios olhos? Eu não devo
A vela sobre o pires balança mais não cai
As chamas tremeluzem tipo “vai-não-vai”
Minha respiração ofegante quase a apaga
Ela faz que não vê, saltitante, nem indaga
Daqui a pouco, temos a hidromassagem
Numa simples bacia, a gente faz a viagem
Minhas mãos de abano agitam a água quente
Ela relaxa, aproveita! Interrompê-la? Nem tente
Se não pedisse um vale hoje, virava foguete
Não dava para o frango assado do banquete
Nossa vida é estilosa, apesar do muito pouco
Eu faço uma lareira com três pedaços de toco
A champanhe é guaraná, o caviar é de couve
Ela nem precisa trabalhar, mas nunca me ouve
E assim levamos a vida, sorridentes e felizes
Pois amor não falta, nem de ambos, as raízes
#yurifelixaraujo #poetaamador #poesia #felixidade