Quão sofrida era a tua
Sempre constante companhia
O quanto me cobrava
Com os teus venenos de cobra
Tão tolas e vãs filosofias
Que dobravam em minhas horas
Quão torturadora eras tu
Que atravessavas as noites
Com coices de égua rebelde
Mantinhas-me sempre acordado
Dormindo em tua companhia
O acordo? Que acordo era esse?
O mais injusto que podia
Um nó que prendia minha alma
Que nunca encontrava calma
Na corda que tu roías
VAIDADE VAI
A vaidade vai com a idade
Com a verdade áurea do tempo
Vai sob muitos tormentos
Por ter ido tão atrasada
Vai como quem dobra-se
Ao cansaço no nado
Por nada nunca ter dado
Por falta de braço
Por nato fracasso
A vaidade vai
Vai virar risada.
SEM VAIDADE
Mergulhava de dia no teu mar
Voava à noite na tua órbita
Alimentava-me na tua horta
De verduras, flores e néctar
Não é que estás tão florida?
Que, mesmo assim, tão bonita
Até pareces me amar
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