segunda-feira, 16 de abril de 2018

TENDES TUDO DE ESTRELA

Se vós imitais uma estrela que brilha
Não é que quereis ser como as celestiais
Ou por faltar luz nem porque invejais
Pois vosso brilho em outras vias trilha

Em vez de meus olhos, clareia meu olfato
Frescor do âmago, vossa alma no aroma
É como luz invisível que o alívio derrama
E nos chama ao descanso de falsos fatos

As estrelas o mesmo fazem, pois piscam
Como se nos dessem beijos no escuro
Vossos olores, embora invisíveis, beliscam
E acariciam nossa vida com gestos puros

Mas preciso mencionar vossa face
Vossas pétalas faceiras, traçando raios
Esse belo desenho causaria desmaios
Aos corações amorosos, se cantasse

FLOR CABISBAIXA

É só uma fase do seu crescimento
Não fique cabisbaixa por causa disso
Olhe pra cima e abra um sorriso
Olhar para o céu nos tira do centro

Perceba a grandeza do firmamento
Que, de dia, tem sol e, de noite, estrelas
Como olhos fiéis, zelando em fileiras
Filas de preces a chover avivamento

Levante a cabeça, broto sedento
Não há nada que motive a penúria
Nem tristeza, nem dor, nem fúria

Se há noites sombrias, outras de lume
Na maioria, respondem a seu perfume
Uma tão constante paixão sem injúria

domingo, 15 de abril de 2018

PERANTE A LUZ

Não há um semblante alegre
Como a feição de um girassol
Esse amarelo tão campestre
Do seu laranja ar de arrebol

As pétalas, pontas de estrelas
Com brilho assim desenhado
Sabor menta, hortelã e cidreira
Na cor de um frescor pintado

Gira de frente para o seu astro
Como um planeta rodeia o Sol
Como a Lua em volta da Terra

Como um amor sincero e casto
Que cobre o frio, feito um lençol
De tecido macio que não erra

NINHO É FLOR

Se uma flor parece ninho
É porque teu lar é doce
Doce lar de passarinho
Não cantarias se não fosse

Esse teu amarelinho
Molham os olhos de candura
Com tua luz de formosura
Que não passa, passarinho

No teu canto, canarinho
Há um tom que tu mereces
Cantas todo esse carinho
E o teu canto é como preces

O teu ninho transparece
Um tesouro, teu aconchego
Tem o amor que não perece
E a fidelidade como apego

POEMA DE AMOR

Um afeto que ostenta esforço
É como se abre uma garrafa
Contorce seu longo pescoço
Alonga-se toda, carne e osso
Para nos dar um beijo a girafa

Assim faz o poeta, o mendigo
Contorce as palavras em rimas
Como se cada letra beijo fosse
Acha que o amor é arroz doce
Todo dia, dobra o avesso clima

Poema de amor é da coragem
Um doloroso ato de resistência
Na era em que a mídia ensina
A viver ou fingir estar por cima
Parece até falta de inteligência

Não é que o poeta seja menor
Por lhe faltar amor, necessitar
Mas é por ter muito e até maior
Que estica o pescoço sem dó
De se esvaziar e se sujeitar

Diferente do dinheiro que diz
Quanto mais tem mais ganha
O amor é de um muito perdoar
De perder tudo e se doar
Quem muito tem, muito apanha

Mas, passada a ilusão desta vida
Quem mais se doa mais alcança
O que se deu é o que permanece
O perdão vira amor, não perece
Do pobre poeta é a esperança

O poema de amor é um dar-se
Perder-se de dor nestas rimas
Virar-se do avesso, ao doar-se
Como se asas tivesse e voasse
Mas não passa de cair lá de cima

Porque quem se dá se esborracha
Nesta vida, o perder é um morrer
Mas é como semente se racha
Enquanto germina ninguém acha
Arrebenta por dentro até crescer

Mas quando cresce é como árvore
Dá frutos e multiplica o tamanho
Dá sombra e suporte aos ninhos
Nos galhos, pousam passarinhos
É preciso perder por esse ganho

A poesia da estrofe acima veio
De Quem, por amor, oferece-se
Para nos salvar, enfrentou tudo
Para todos, serve-se de escudo
E nos livra do que nos fenece

Se ligados a Ele podemos amar
Sem medo de errar e ser injusto
Pois o Senhor nos alerta, protege
No amor, capacita e nos elege
E compensa em vigor todo custo

Então, o poema de amor exercita
O serviço, acendendo essa chama
Desde de que a Deus ame-se acima
Todo amor é saudável e ensina
Na entrega perfeita a quem se ama

sexta-feira, 13 de abril de 2018

O AMOR ABRE MÃO

Para conhecer a vontade de Deus
É preciso saber abrir mão
Em vez de defender o que sente
Numa escada verbal que argumente
E construa com tijolos a convicção

Para ser guiado pelo Senhor Jesus
É essencial coragem de renunciar
Sem buscar com anseios os meios
Ou fundamentar os fins por emeios
Teimando para correr e atropelar

Para obedecer à sabedoria divina
É preciso tudo crer e sem pressas
Não costurar metros de mesquinhez
Com agulha e linha de insensatez
Querendo antecipar as promessas

Em verdade, servimos a Deus
Quando nos movemos por amor
Mister bem prezar pela prudência
Esperançar é do amor a essência
Com humildade, esperar no Senhor

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