sábado, 30 de abril de 2016

O CORAÇÃO NÃO É DE LOUÇA

Sei o que é um coração partido
O meu é todo remendado
Acontece que eu acredito
Por quem que é regenerado


Jesus, cheio de compaixão
De misericórdia, apaixonado
O Senhor é quem nos atende
Quando somos atropelados


As aventuras de amor
Que acreditamos legítimas
Essa busca errante
Esses erros delirantes
São usinas de fazer vítimas


Num jantar a dois
A alma não é o prato
Que possa lavar depois


Não sendo de papel nem de louça
Que o seu coração não endureça
Que o seu amor, por amor, permaneça
Eu me preocupo com você, dona moça


Quando uma mulher serve a intimidade
O corpo é o prato e a alma, o alimento
O que se esvai é a essência
No processo de decadência
A inocência é mero condimento


Não vou conseguir te proteger
Portanto, peço a Jesus que te acolha
Que proveja ao seu vinho garrafa e rolha
E revele a você a pessoa certa a beber

domingo, 24 de abril de 2016

NUA ESSÊNCIA

Flor atrevida e selvagem
Que conheci durante a viagem
Saibas que tua exuberância salta
Mas és producente de crescente falta
Se tentas assustar, excitas coragem

Bela, como se fosses do mato
Não és muito recatada, de fato
Tens pétalas que imitam espinho
Mas guardas no âmago o carinho
Que só se expressa ao olfato

Protege-te com ácida aparência
E eu respeito isso, como ciência
Tens a arte de encrespar o ato
Que parece recusar meu tato
Mas abres a janela à nua essência

sábado, 23 de abril de 2016

SEM SABER

Vago, devagar
Por dois segundos
Em dois mundos
Num dia vago
Algo profundo
A marejar

Um suspiro fecundo
Congela no âmago
Sem nódoa
Sem mágoa
Sem nada que pese
Sem pleito no peito
Sem tese

De amargo sabor
De tão raro, tão bom
Uma edificante dor
Dormentes
Onde dormem
Os trilhos do amor

Eu não sei
Quando haverá
Uma eclipse lunar

Nem haverei de saber
Quando dois mundos
Vão se encontrar

Que dia vai chover?
Deixe eu ver...
Sei lá...


sexta-feira, 15 de abril de 2016

PRECIOSO RIO

Onde deita o rio
Tem um rio de peixes
Flora e fauna às margens
Formam-se paisagens
De satisfação

Navegar não precisa
Cuidar é preciso
Precioso amar
Tem, no leito, o leite
Para o seu deleite
Derramado ao mar

Morrem fome e sede
O fogo das mágoas
E o calor... Nas águas
Que correm pro mar

Agradar, agradecer
Agricultor tem que cuidar
E não deixar emagrecer
O que corre a lhe engordar

Correnteza abaixo
Acho que é riacho
Ou seria um rio?
Acho que ele rio
Rio de alguma graça
Graça que ele viu

Navegar não precisa
Cuidar é preciso
Precioso amar
Tem, no leito, o leite
Para o seu deleite
Derramado ao mar


domingo, 10 de abril de 2016

APESAR DA SAUDADE

Se eu não tivesse caído na graça
Dos teus olhos bondosos e azuis
Se tu não tivesses pedido por mim
Sem tuas preces, não seria assim
Eu não teria encontrado Jesus

Foi tu que me encontraste
Quando eu estava desencontrado
Foi tu, então, que me amaste
Quando eu nem me sentia amado

Tu pediste por mim, eu sei
Elevaste teus olhos ao céu
Que certamente os reconheceu
Quando o azul se viu no espelho
Tu, princesa, me amaste primeiro
E eu querendo que tires o véu

Tu não me deves nada
Eu é que te devo a vida
Sou teu escravo, minha amada
Viverei por ti, minha querida

Mas que seja quando tu quiseres
Quando quiseres, que, feliz, venhas
Ou, se não quiseres, que assim seja
Eu te amo, mesmo que não te veja
Quero-te bem, mesmo que não te tenha

Coloco aos teus pés a minha poesia
Minha oração é por tua felicidade
Seja onde for tua casa, a tua cidade
Rogo a Deus pela tua paz e alegria
Mesmo sem mim, apesar da saudade