segunda-feira, 29 de agosto de 2016

ÓPERA DE AMOR

Seja meu canto uma ópera
Que mesmo no silêncio opera
Seja uma oração, uma sonata
Que jamais durma numa cela
Com sons e uma fé que espera
E soa em quatro movimentos

Sorrir, cantar, dançar, enternecer
Minha voz, meus instrumentos
Pra cantar uma canção pra você
Sopro na voz meus sentimentos

Eu quero dizer
Te amo, te amo, te amo
Como quem diz
Te quero, te quero, te espero

Tipo explicando
Só quero cuidar de você
Vou te servir, minha amada
Sou teu escravo, teu amor
O teu jardineiro, minha flor

NAS TUAS MÃOS

O teu olhar de céu
Clareou a minha estrada
Teus azuis de mel
Adoçou minha jornada

Delicadas mãos
De linhas alinhadas
Antes de mais nada
Assim, a mim dadas
Dispara meu coração

Mesmo que não
Mesmo ainda não tocadas
Estão nas tuas mãos
As carícias tão sonhadas

Na maciez do teu esmero
Na esperança desse amor
Felicidade de beija-flor
Está na flor que eu espero

sábado, 27 de agosto de 2016

ONÇA PINTADA


Onça pintada
Quem te pintou?
Com tuas garras
Tu me amarras
Mas não é na marra
Que eu vou

Já sou tua presa
Preso a teu charme
Oncinha feroz
Nosso laço, teus nós
Tens um bote veloz
Por mais que desarmes

Entre as folhagens
Na floresta, a espreitar
Eu sinto o teu cheiro
Pressinto um salto ligeiro
E nada posso fazer
Fico assim, entregue
Rendido a você

PAISAGEM E LEMBRANÇA

Descendo a serra, vou vendo
Pensando em ti, no teu rosto
Apreciando a paisagem a gosto
Um quadro a tua face sendo

Vejo a mata atlântica e te entendo
Repouso meu olhar no horizonte
Com a alma além dos montes
Meu coração se derretendo

Escorrendo com os córregos
Correndo para os vales
Valendo-se da fluidez
Meu coração a amar

Na minha visão, a tua tez
De uma vez, de supetão
Com muito tempo de sertão
Meu coração vai virar mar

A paisagem e a lembrança agem
Como reagentes da alquimia
Transformando tudo em poesia
Tecendo versos que muito sabem







domingo, 14 de agosto de 2016

LUA, SUA LINDEZA

A Lua brinca de picula
Entre nuvens e nuvens, pula
Faceira, de face a face
Até a oculta e sorrateira
Leiteira, puro peito e deleite
Nua, a Lua é um seio no meio
Da noite que se cura da escuridão
Curando a noite do coração meu
Sua nudez escandaliza o breu

NÃO HÁ TRISTEZA

Quando o ônibus parte
Parte em mim alguma coisa
Quase tudo, tudo pousa
Quase nada voa, nem arte

Na planície, inicia a tarde
Quando a estrada puxa
O entardecer se deita e luxa
Debocha do que tanto arde

A saudade é chama ardente
Aperta a alma, crava os dentes
E prende, pende para a tristeza

Mas não se vê, pois não existe
Quem ama mesmo nunca é triste
Resiste à dor, possui destreza


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

PASSARINHOS SÃO FLORES

Achava que as borboletas eram flores aladas
Mas hoje sei que são os passarinhos
Pois onde estaria traduzido o perfume floral
Se não no lindo canto que encanta igual?
E vejam como parecem flores os seus ninhos…

Os passarinhos batem suas pétalas
E refletem o jardim no ar do antecéu
Espalham cores de flores brilhantes, formosas
E enchem o ar de música, como olores rosas
Incutindo o amor como a amada, sem véu