quarta-feira, 23 de novembro de 2016

FLOR EM CHAMAS


Calorosa expressão
Tanto para uma flor
Quanto para o amor
O silêncio da paixão

Que exala no perfume
O beijo que não realiza
Intento que vai na brisa
E avalisa todo o lume

Pétalas parecem chamas
Sentimentos de quem ama
Na dança de longa espera

Saber-se amado, quem dera
Ao peito que balança?
Uma criança que persevera

sábado, 19 de novembro de 2016

CARTOLA

Um chapéu de palha
Um chapéu ao vento
Um chapéu que rola
Não é mais simples que Cartola

Um chapéu que vai
Um chapéu que vem
Um chapéu que ia
Cartola é bem mais poesia

Um chapéu que voa
Um chapéu à toa
Um chapéu de pescador
Em Cartola se vê mais amor


ANDAR COM DEUS

Não há, Senhor
Sentido para viver
Se não for, com amor
Glorificar o Senhor
Com alegria, Te obedecer

Não há, meu Deus
Felicidade, sem servir
Andar pela Tua vontade
Viver a Te seguir

Guarda o meu coração
De qualquer dos descaminhos
Na Tua amorosa mão
Protege-o dos espinhos

Obrigado, Senhor
Pela ternura da Tua presença
Pela Escritura, pela partitura
Pela ciência
Pela cura, pela vida
Pela pureza da nossa essência
Pelo bem que sempre vem
Pela flor, por cada cor
Pelo amor, o querer bem
Por mais um dia
Pelo pão
Por toda essa poesia
Percebida em oração

Não há, Deus meu
Vida fora do Senhor
Segurança sem a fé
Esperança sem amor


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

ETERNO TESOURO

Perdoar é saber perder
Sem esse saber não há fé
Pois a mágoa, como amoreira
Tem uma raiz forte e profunda
Uma pequena fé é fecunda
Ao nosso Deus devemos pedir
E dizer "vai para o mar" e a mágoa ir

O perdão tem o poder de frutificar
O mais puro amor que pode existir
Como ourives, valoriza um diamante
Assim como o fogo purifica o ouro
O amor se intensifica adiante
Superando tudo a todo instante
Firmando-se como eterno tesouro


PRUDÊNCIA NO AMOR

O homem colhe uma flor
Que representa o amor

Para enfeitar um buquê
Para entregar à mulher
Para ganhar sabe o quê
Quer conquistar sua fé

O homem colhe essa vida
Ao arrancá-la do pé
Em vez da raiz, a ferida
Em vez da terra, a mulher

Só que essa flor não resiste
Ao ego de tanta loucura
Doçura sem seiva não existe
Não vive na morte a ternura

Assim como a flor, a mulher
Que o homem arranca da vida
Dizendo o quanto lhe quer
Até que murche a querida

Um homem a uma mulher
Somente Deus pode unir
Porque garante o nutrir
O amor mantido na fé

Uma advertência oportuna
Aos "caros" conquistadores
A vaidade de ceifar flores
Produz uma negativa fortuna

Tanto a mulher como a flor
Podemos amar sem colher
Com zelo, esperar no Senhor
Prudência que evita sofrer

Estamos aqui para aprender
E errar faz parte da aula
A confissão a Jesus é saber
Que o perdão nos tira da jaula

Tudo restaura o Senhor
E evita que a culpa nos colha
Que Sua bondade nos acolha
Vivamos todos no amor


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O JUSTO AMOR

Diferente do amor egoísta
Exercita desprendimento o sofredor
Não para desistir de amar
Mas sim para deixar ir... Por amor

Apego para o egoísmo é normal
Melhor é deixar ir quem assim o quer
Mesmo num grande amor de casal
De um homem por uma mulher

É preciso sempre saber, ter certeza
De que seja vontade do Senhor
Para isso, a renúncia produz liberdade
Sem a qual, jamais respira o amor

Mesmo que gere a mais triste saudade
Pela liberdade vale qualquer dor
Maior é a alegria que vem da verdade
Do que o prêmio falso do dominador

O contrário do injusto "querer pra si"
Que ambiciona cada vez mais e mais
Feliz é o grande amor aprendiz
Que dá liberdade e semeia a paz

Domínio para o egoísta é objeto
Mas o amor é abandono de poder
Saber sempre enxergar o Juiz reto
Leva-nos à Fé: Doar-se sem doer


terça-feira, 15 de novembro de 2016

NÃO TEM PORQUÊ

Por que querer ser se não sou
Parecer independente querer
Como o beija-flor precisa da flor
Eu preciso, meu amor, de você

Abelhas são essenciais à flor
Se a praia precisa do mar
Se a chuva carece de calor
E a maré corresponde ao luar

Se a Lua precisa do Sol
E o astro, de planetas a lhe rodear
Se a cama requer um lençol
Quem sou eu para não lhe esperar?

Esperam as ásperas vespas
Não iria nem falar dos casais
Mas até tartaruga se apressa
E os nerds, professores pardais

Não só os filhos são lindos
Para a sábia mãe coruja medir
Com a mesma régua, a égua
Diz do garanhão, sem mentir

Por que você se nega ao amor?
Não engorda, é preciso dizer
Veja a elegância das garças
Não pense que elas não são de ceder

Note o capricho do joão-de-barro
E o sarro corajoso do porco-espinho
Mire-se nas borboletas de antenas
Não me negue o seu doce carinho


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

FIO DE ESPERANÇA

Nessa clareza
A nudez da verdade
Que se apresenta
Lenta e, assim, alenta
Acalenta severidade
Abranda rigidez
Na solidez, abre fenda
Por onde busca claridade
Uma flor que nunca ofenda
E reverta a erosão

Receio que o vento
E o tempo frio
Ressecaram minha pele
Criaram uma crosta
Virei ostra
No fundo do fundo

Tenho plena sensação
De um deserto
Na periferia do ser
Como um terreno baldio
Cuja vegetação secou
E de esperança só tem um fio

A flor que nasceu na pedra
Que pela cor resiste ao cinza
Cheia de vida, intrépida
Sinal de ternura em face ranzinza
No velho e ressecado terreno
A vida quer vencer o veneno
E vive ainda


CARTA AO AMADOR

Não te deixa vencer
Não desiste. Não temas!!!
Por mais que o inimigo ataque
Escreve tu teus poemas

Diz com palavras doces
Que os espinhos não te ferem
Mesmo que eles te sangrem
Não é na alma, mas na pele

O que transpassaria o corpo
Não pode te tornar envenenado
Na mão de Deus, protegido
Teu coração está guardado

Amor declarado, não valorizado
Já fez, de muitos, assassinos
Com o sofrimento consolado
Tu fizestes da dor lindos hinos

O desprezo, o abandono, tudo isso
Quão perigosos: causam depressão!
Mas não conseguiram tirar teu sorriso
Nem debilitar ou matar tua paixão

Não te assombres, meu amigo
O plano é provocar o mal inerente
Que todos temos dentro da gente
Mas Deus não vai deixar contigo

Tu tens teu Pai que te acompanha
Não importa, Ele sempre te amará
Por mais que tu, sofredor, apanhas
Filho de Deus tu sempre serás


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

INEVITÁVEL DEBOCHE

Você devia saber
Antes de olhar tão altiva
Que a escolha é técnica
Seleção qualitativa

É que eu não tenho outro par
Essa arte não é pra quem quer
Neste salão de dançar
Consegue me acompanhar
Nenhuma outra mulher

Não tem porque exibir
Essa postura vaidosa
Toda vez que vou lhe tirar
Você se faz de orgulhosa

É que eu não tenho outro par
Essa arte não é pra quem quer
Neste salão de dançar
Consegue me acompanhar
Nenhuma outra mulher

Deixe essa empáfia na mesa
Não a carregue ao meio da pista
Você tenta me fazer de ridículo
Seu desprezo já deu na vista

É que eu não tenho outro par
Essa arte não é pra quem quer
Neste salão de dançar
Consegue me acompanhar
Nenhuma outra mulher

Você não é o único pacote
Sequer a última bolacha
É quem dança melhor, mas...
A cara que faz não se encaixa


OLHAR DA LUA

A lua me olha
Apesar de nuvens atrevidas
Depois de um dia que demora
O olhar vai até a aurora

A lua me olha
De um jeito desigual
A cada fase, um luau
Um luar que me devora

A lua me olha
E me vê, não como eu sou
Mas como ela despeja luz
Ela me vê dourado
E eu não faço jus

A lua me olha
Como se eu fosse
O poema que faço
A lua me olha fácil

A lua me olha
Generosamente assim
Como a chuva me molha
Como se vivesse pra mim
É o que ela me esclarece
Me olhando assim