sexta-feira, 28 de abril de 2017

A ROSA AÇAFRÃO E O ALÇAR DO PERDÃO

Quanta gratidão exala de uma janela
De onde o amor, ao bater da brisa, voa
E visita um coração de velas abertas
Em ondas do mar, no alto amar ressoa

Que se joga ao céu, alçando o ar à toa
Como versos afoitos do absorto poeta
Feito o perfume corajoso que a rosa doa
A roseira, esse poema que sempre acerta

Fossem textos de pétalas, assim macios
Ou verbais, os aromas que rosa conjuga
Se a poesia não exigisse seus desafios
O amor seria banal, como a prosa o julga

A poesia simples é como a Rosa Açafrão
Letras acanhadas, quase da cor do papel
Palavras leves, mas levadas ao perdão
De um casto néctar, que não se acha mel


TERNURA DE DEUS

São como moças, conversando e rindo
Vocês, essas flores de cores perfumadas
Chego a ouvir o burburinho e as risadas
Mas acho que é o aroma se expandindo

E quando chegam a mim a visão e o ar
Nada desbotada, muito menos rarefeito
Fico pasmo, tomado e, assim, sem jeito
Inteiramente escrevo, dando-me a falar

Que festa! Que formosura! Que esplendor!
Com que capricho Deus pintou essas telas
Que beijou a flor e cheirou cada uma delas!
Que carinho! Quanta ternura! Quanto amor!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

DOCES GESTOS DE AMOR

Que viagem longa
Fazem os meus dedos
Quase que dançando
Ao som dos seus cabelos

Desembaraçando
Os meus devaneios
Separando os fios
E os seus receios

Desatando os desatinos
Com o fogo do afago
Mel da flor no favo
Que badala os sinos

Não é dos calos o calor
Mas da pele sensível ainda
Aos doces gestos de amor
Que lhe deixam linda

terça-feira, 18 de abril de 2017

SOB O REINADO DE DEUS

Estou triste sim, mas preciso estar
Não me queira o tempo todo alegre
Feito você, doce e saltitante lebre
Meu sofrimento é um simples penar

Não vou recorrer à sombra, mas à luz
Pois não me cobro aparência alguma
Sendo alegre ou triste, feliz em suma
Porque pertenço ao Senhor Jesus

Não me peça para disfarçar, jamais
Porque o ato de camuflar sentimentos
É o maior gerador de sérios tormentos
E eu não abro mão, não rejeito a paz

A verdade é o meu confortável leito
Até meu pranto dorme, bem coberto
Sangra e chora este meu coração aberto
Mas é Deus que reina aqui, no peito

Desse jeito
Vou lhe pedir para respeitar
Toda vez que eu sofrer
E que eu chorar

segunda-feira, 17 de abril de 2017

ESPERA SINCERA

Quero lhe render o amor
Quero lhe falar
Espero pelo seu… “Já vou”
Espero porque quero amar

Tenho um jardim
Repleto de flor
Repertório assim
Canções de amor

Tenho bem guardado
Um bocado de quindim
E um bom bocado
Feito por mim

Com sincero zelo
Guardo aquele travesseiro
E um sabonete
No armário do banheiro

Arrumei a cama
Com panos de cambraia
Perto da janela
Que dá para a praia

Perfumei o quarto
Com cheiro de alecrim
Para sua alegria
Chegar, enfim

sexta-feira, 14 de abril de 2017

ACENDE A BRASA, BRASIL

Como a Flor de Lótus, na lama
Brota um novo espírito, Brasil
A semente rebentou, você viu
E abriu caminho, o povo clama

Você rezou, você pediu
Deus atendeu, Ele te ouviu
Com integridade e justiça
Vamos lavar o Brasil

Com altruísmo, que seja lido
Desmascara-se a demagogia
Para o bem do amor, da poesia
Todo mau partido ficará partido

Agora é hora de reconstruir
Honestidade para governador
E para presidente, muito amor
Os melhores do país vão subir

Não será pelas aparências
Não vou errar, já que aprendi
Assim que Deus ungiu Davi
Porque sondou a sua essência

Jesus governa e está presente
O povo obedecerá ao que Ele diz
Levantou procuradores e juiz
E há de levantar um presidente

quinta-feira, 13 de abril de 2017

FLORES NA RAÍZ

Que nem explosão de serpentinas e confetes
Assim como, no estádio, ondas de torcedores
Feito a euforia, na plateia, de histéricas tietes
Vossas pétalas denunciam a paixão de flores

Quanta alegria num turbilhão de exuberância
Qual criança que pula ao ver na rua o doceiro
Vosso canteiro lembra um jardim de infância
Com atitudes de afago com perfume fagueiro

Ah… Quanta luz produz uma imagem assim
Tão amável quanto abrasadora, ardeis em mim
O que tem o homem que corta o bem pela raiz?

Talvez não veja o vosso sorriso, não seja feliz
Quanta incoerência vos trair para atrair um amor
Se vissem como sois felizes, em raízes de flor


quarta-feira, 12 de abril de 2017

OLHAR DE FLOR

Há um espetáculo em cada vida
A própria vida é um milagre
Se das virtudes não se duvida
O nosso oásis não é miragem

Nem é "viagem" o bom propósito
Será saciada a sede de justiça
Sem pilhar mágoas em depósito
Nem represar rios, o sorriso iça!

Degustemos a divina sabedoria
E vivamos felizes, a contemplar
A criação é de Deus uma poesia

Como essa flor se abre a amar
Amemos uns aos outros, todo dia
Com a mesma beleza desse olhar


segunda-feira, 10 de abril de 2017

DUAS FLORES

Quando bate no campo aquela brisa
Duas flores dançam em harmonia
Formam um belo par que não desliza
Mas versa versos em valsa de poesia

São duas estrofes flutuando nos ares
Ancoradas, voam sem deixar a terra
Quem dera os salões tivessem pares
Como a dupla que ousa passo de hera?

Duas flores que bailam tão singelas
São verdadeiras amigas, um jardim
Entre elas, nem intriga nem aquela erva
As duas são uma, dançando assim

QUEM PROCURA ACHA

Você queria ir embora
Vivia que nem siri na lata
Nossa casa era pequena
Sob o sol, era enjaulada
Qual no sereno da madrugada
Era de lua, mas jamais serena
Beliscava parede
Dava rasteira em cobra
E até rosnava

Eu pensei, não me ama
A vida chama, quer ir embora
Apoiei que você fosse
Agora você chora

Quando não há paz interna
Internada parece estar
Tudo é motivo de zanga
Até uma camisa sem manga
Por liberdade, se incomodar
Eu queria te proteger
Fazer dengo, dar aconchego
E assim cuidar de você
Mas sou pouco, nunca chego

Eu pensei, não me ama
A vida chama, quer ir embora
Apoiei que você fosse
Agora você chora

O verdadeiro amor só cresce
Se a liberdade for a plataforma
Se há domínio, o amor desce
Não pode ser de qualquer forma
Escravo, é como índio que perece
Prisão não aprisiona o peito
Tirania nada tira da alma
Diante do amor é preciso jeito
O amor só respira na calma

Eu pensei, não me ama
A vida chama, quer ir embora
Apoiei que você fosse
Agora você chora

Cada um, um dia, encontra o seu
O ladrão, um ágil e tenaz policial
O tirano, uma apaixonada revolução
O corrupto, um austero e bom juiz
O insensato, os frutos do que diz
Mas o amor há de encontrar o amor
Se não desistir de servir, libertar e amar
Se não invejar o ímpio, o cruel ofensor
Se não mudar de lado para se vingar

Eu pensei, não me ama
A vida chama, quer ir embora
Apoiei que você fosse
Agora você chora

Para todos, porém, tem uma balsa
Balsâmico barco da salvação
Eu, que um dia deixei minha casa
Voltei nos braços do seu perdão
Nosso Senhor nos ama e regenera
E nos livra dos mil laços nocivos
Tira-nos da alça do alçapão lascivo
E nos disciplina também na espera
Da vitória do Reino, da nova era

sábado, 8 de abril de 2017

SINO DA SINA

Bate um sino, a voz da sina
Assina o meu redentor
Dentre todos os sons que existem
Nenhuma missiva tem tanto amor

Proclamam no peito os sons
Da alegria, da paz e do perdão
No âmago, onde brilha a verdade
Com o fulgor de um vulcão

E me leva leve à levedura
De um coração que cresce firme
Ampliando as pontes e a estrutura
Na envergadura de curva íngreme

O Senhor me leva leve a viver
A servir, prestar com presteza
Eu, que não prestava, agora amo
E morro de amor, sem tristeza

O Senhor Jesus me ensinou
Que o amor é um serviço resiliente
Sem cobrança, sem condições
Amar é servir, servir é ser gente

Seja o que eu fizer, farei com amor
Sirvo a Deus e conto com a Sua ajuda
Farei para o bem, mas eu não era assim
Quem serve ao ego, nunca se iluda

quinta-feira, 6 de abril de 2017

PASSO EM FALSO

Na criação de leis, vejam vocês
Para que direção cada uma aponta
Olhem a vertente, façam a conta
Cinquenta e quatro minutos ou seis?

Na bifurcação, na encruzilhada
Entre a desejada vida e a morte
Não é questão de azar ou sorte
Mas de semente a ser plantada

Não podemos nos aliar ao mal
E querer alimentar, nutrir a vida
Que é do amor, não da despedida
Nem do egoísmo cruel e desleal

Entre os fracos e os necessitados
Não há mais vulneráveis nem inocentes
Que os fetos, os bebês e as crianças
Depois desses, são os indigentes

Para quem vai legislar seu deputado?
Para si, para o lobo, para o lobista
Ou para aqueles que mais precisam
De líderes políticos justos e altruístas?

Depois da lei criada, é dada a largada
Empresas alvoroçadas, vendas disparam
Com a propaganda e mil motivações
Modelos abrem o sorriso e dizem: “façam”

Quando a maldade aumentar, está escrito
O amor de muitos esfriará, ferida aberta
Cadê os sais da terra? Foram abortados!
Não temos herói nem líder nem poeta