domingo, 2 de abril de 2017

O QUE ABRE EM ABRIL

Dá para ver beleza, ainda bem!
O plural de mão são as mães
Quantas mãos uma mãe tem?
Não é como o canil tem cães

Nessas manhãs de abril
Parece que se abre uma flor
O coração que um dia se partiu
Cresce de tamanho e de amor

Não sei o que é que acontece
Anoitece a solidão, o sol abre
Aberta a cancela, tudo aquece
A boiada passa e ninguém sabe

Não sei o que abre esse abril
Febril no ar que vem da janela
É como do verão um assobio
A poesia é tardia, mas sincera

Não sei o que tem que abriu
A temporada fértil da minha lira
O outono não saltou, e seguiu
No vagão do verão que partira

Não sei o que abriu no meu peito
Que não é como achar um tesouro
Em vez de prata e ouro, falta de jeito
Estava escondida debaixo do couro

Não sei o que tem esse mês
Que tira o chão e me desconcerta
Acho que fez de mim um freguês
Quando me deu ares de poeta

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