Diante da aridez dos galhos secos
Sois brincos de pendurada calma
Basta ver-vos, flores desta árvore
Feito o olhar na face de mármore
Pra ver na moça a nudez da alma
Sois brincos de pendurada calma
Basta ver-vos, flores desta árvore
Feito o olhar na face de mármore
Pra ver na moça a nudez da alma
Quando os olhos enchem d’água
São como as flores despetaladas
Que chuva tórrida essa, tão ácida
Que carrega uma áspera dor tácita
Capaz de reeditar as orvalhadas?
Fosse eu um colibri de hábeis asas
Para me aproximar de vós, bem leve
E provar do néctar, vossas lágrimas
Sem tocar na retina da íris plácida
Beijar a delicada flor, como se deve