Justiça é defender necessitados
Dando a todos condição melhor
Doando nosso sangue e o suor
Partilhando bens, recursos enfim
Há fragilizados que precisam
De alguém, de você e de mim
Convém a todos agir com justiça
Não acumular mais do que precisa
Não ostentar, não nutrir demônios
A inveja é espírito que não sacia
Alimenta a revolta, cruel energia
Da sociedade é um mau hormônio
Evitemos, assim, o agir sorrateiro
Instigar o ódio, manipular a massa
Desunir o povo com intriga e pirraça
Lucrar com a boa fé do brasileiro
Rebeldia instigada vira braseiro
E algo assim nunca fica de graça
O confronto sempre acirra o egoísmo
Mas não há resistência para o amor
A política de endurecer os corações
Só semeia revoltas e nutre motins
Fumaça que só favorece aos ladrões
Não serve pra você nem pra mim
Sim, eu sei que precisa de muita fé
Doar terras a um severo latifundiário
Como uma espécie de despertador
Para que ele enxergue seu absurdo
De se fazer de cego e até de surdo
Requer contar com o poder do Senhor
Mas imagino o olhar do nosso Deus
Vendo sitiantes se unindo e rateando
Pequeno sítio, com sacrifício comprando
E o doando ao tal do opressor fazendeiro
O quanto isso mexeria com aquele homem
Os olhos comovidos de Deus nos consomem
Além disso, estaremos seguindo Jesus Cristo
Que nos disse o que fazer, ante o explorador
Àquele que leva a túnica, dá também a capa
Essa política, sim, será apoiada pelo Papa
A grilagem não subsiste perante um doador
Até um grileiro pode ser impactado no amor