terça-feira, 8 de agosto de 2017

RABUGICE POR EUNICE

Não se descuide
Não me rotule
Não me torture
Com esse gesso
O que é “esso”?

Esse seu gesto
Me faz de resto
Dentro de um cesto

Não gesticule
Meu movimento
Nem articule
Meu pensamento
Não me cutuque
Não sou de ferro
Nem de cimento

Não sou garrafa que se rotule
Nem sardinha de se enlatar
Nem meu joelho teve aparelho
Ou algum trevo de se entrevar

Não sou roqueiro
Nem estrangeiro
Motor de arranque
Merece zelo
Nunca fui pink
E nem fui pank
Sou brasileiro

Não ache que é axé
Isso se chama chamariz
Meu coração véi de paz
Já nem se importa se é feliz

Não me mate de rir
Nem espalhe por aí
Que tenho samba no pé

Pode até ser rabugice
Uma burrice qualquer
Ai, que saudade de Eunice
Aquilo sim, é que era a mulher

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