Mesmo que tu fosses um limão
E espremesses teu coração
Eu beberia do suco sem açúcar
Sem fazer careta, sem sermão
Calúnias não teriam escuta
Sem receio ou alguma dúvida
Sem reprimir minha paixão
Deus é quem é teu avalista
Nada do que digas ou que faças
Vai apagar qualquer das graças
Da boa obra do Grande Artista
Mesmo que fosses uma aguardente
E tu me embriagasses, de repente
Eu não tropeçaria nessa certeza
Não adianta esconder o que sentes
Pouco importa a falsa estranheza
Ainda que disfarces interna beleza
Para a minha, tua alma é consistente
Deus é quem é teu avalista
Nada do que digas ou que faças
Vai apagar qualquer das graças
Da boa obra do Grande Artista
Mesmo que tu fosses como um jiló
Cujo gosto parece que não tem dó
Eu te quereria por toda a vida
Mudaria meu parco paladar e só
Bastaria saber-me sempre em dívida
De precisar melhorar minha lida
E lidar com o fato de eu ser menor
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