segunda-feira, 14 de novembro de 2016

FIO DE ESPERANÇA

Nessa clareza
A nudez da verdade
Que se apresenta
Lenta e, assim, alenta
Acalenta severidade
Abranda rigidez
Na solidez, abre fenda
Por onde busca claridade
Uma flor que nunca ofenda
E reverta a erosão

Receio que o vento
E o tempo frio
Ressecaram minha pele
Criaram uma crosta
Virei ostra
No fundo do fundo

Tenho plena sensação
De um deserto
Na periferia do ser
Como um terreno baldio
Cuja vegetação secou
E de esperança só tem um fio

A flor que nasceu na pedra
Que pela cor resiste ao cinza
Cheia de vida, intrépida
Sinal de ternura em face ranzinza
No velho e ressecado terreno
A vida quer vencer o veneno
E vive ainda


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