Ainda que eu mandasse em mandarim
Fosse um cruel almirante, um homem mau
Se você é de outro, afundo com minha nau
Não mandaria buscar você pra mim
Não trairia a Deus, não lhe traria, enfim
Paixão tem limite
Isso determina o douto
O limite do meu desejo
É não desejar o beijo
De lábios que são de outro
Se eu cantasse em concha acústica
E fosse um tenor, o cantor das multidões
Se você canta para outro as suas canções
Não cantaria seu nome numa música
Nem as suas letras numa acróstica
Paixão tem limite
Isso determina o douto
O limite do meu desejo
É não desejar o beijo
De lábios que são de outro
Mas se eu ficasse louco de trocar os trocos
Não poderia me responsabilizar pelos atos
Pode ser que enfim ligasse aos seus contatos
E dissesse coisas que só quem diz é louco
Tipo “eu te amo” ou “falar que amo é pouco”
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