As trapalhadas embaralham
Doces palavras por um verso
E tropeçam, sentido inverso
Poemas assim se espalham
Poderia pensar que não sofro
Mas a verdade é que me ardo
E queima meus olhos pardos
Essa savana sob o calor afro
Acho até que poesia é pedaço
Que se desprende da carne
Como árvore que abre o cerne
E um fogo que derrete o aço
Experimente derramar a alma
Mesmo que não seja na rua
Exponha-na no quintal, à lua
E tente manter a sua calma
É próprio da poesia sofrer
Porque o amor é sofredor
É de rasgar o coração a dor
Mas como é bom você a ler
Sua compaixão é um alívio
É como a flor para o colibri
O fato de você ler e sorrir
Não esconde estesia amável
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