sexta-feira, 1 de setembro de 2017

POESIA DE OURIVES

Se eu fosse desenhar uma jóia
Faria um brinco para tua orelha
Brincaria de capturar centelhas
Que meu olho olha
E porque se molha

Extrair, no entanto, o vivo fulgor
De uma calorosa e delicada flor
Não basta a busca diamantina
Não farei um brinco
De pedras de garimpo

Pelo quanto meu peito arde
Enquanto busco pérolas no ar
Queimo ouro no forno de perdoar
É preciso peito ardente
Pra fazer esse pingente

Com todo o fogo, toda a queima
Teimo em purificar meus versos
Desprezo os rumores perversos
E aprecio todo o brilho
A jóia é como um filho

Pode ser que ninguém perceba
Quando estiveres andando na rua
Mas a tua orelha não estará nua
Clareia a luz do tema
Geme alto essa gema

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