domingo, 18 de fevereiro de 2018

FLORES LIVRES

Estaríeis livres, ajardinadas com plenas raízes
Fosse eu um príncipe de cavalo branco e espada
Salvaria-vos dessa torre de vidro fria e molhada
O jarro em que jorrais o aroma, como se felizes

Não sou um herói, mas um pobre poeta frágil
Pois que, sem poder vos livrar, vejo a vossa dor
Se, em vez de palavras, eu tivesse um golpe ágil
Com armas em punho, e ainda assim, com amor

Seria como o rei Davi, sofredor, mas com sucesso
Selaria vosso destino de ornamento em liberdade
E vos devolveria ao jardim, que é vossa felicidade
A cidade de fauna, flora, paz e alegria em excesso

Peço, em poesia, a vossa compreensão sobre isso
Vou cantar com argumentos afiados vossa tristeza
Até que todos vejam o quão cruel é cortar sorrisos
Enlatar cores, prender flores, tomar posse da beleza

Ao passo que cantarei ao povo o vosso tormento
Suplicarei a Deus pela liberdade e integridade floral
Com firme convicção de que seria a batalha final
Se as flores forem livres, os pobres, sem sofrimento

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