quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

FAZER SILÊNCIO TAMBÉM É AMAR

Se na minha opinião escrever é amar
É porque, quando acerto uma estrofe
É para mim como se abrisse um cofre
De onde retiro peças de ouro para doar

Mas se a doação não lhe falar de amor
Peço que entenda que também é doer
Pois é achar dores incolores e as remoer
E dessas dores na moenda, extrair cor

Das gamas dos tais bagos esmagados
Tira-se o verde da verdade, o azul do som
Vermelho do sangue, de um sangue bom
E o amarelo do elo e dos anéis alados

O colorado ou o eldorado, o paraíso...
De que mirante podemos ver? Da poesia!
Nas distrações de uma janela, na gelosia
Em que o olho voa do rosto com um sorriso

Pensando nisso, acho que fiz um poema
Com o tema que mais me aflige, por agora
Está na hora de ter certeza de um dilema
Se sou poeta ou só um amador na aurora

Pensando bem, não tenho como defender
Que os versos sejam melhores do que nada
Pois o silêncio faz o bem, sem se contorcer
E o bem maior é o sossego, a paz de cada

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