terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

FÁCIL, FÁCIL

Fosse o amor fácil de descrever
Sem gaguejar, simples de falar
Fosse, portanto, possível explicar
Eu diria o que sinto por você

Diz tudo esse riso que não some
Ou minha gargalhada contente
Quando faço desenho, sou coerente
No coração, escrevo seu nome

Mas engasga um pranto balbuciar
Dizer baixinho, durante o sono
Bradar aos ventos em sonhos
Muito mais ainda, tentar cantar

Não consigo dizer, embora queira
Deixar claro aos quatro cantos
Cantar que amo tanto e o quanto
Com precisão de vendedor de feira

O quanto, como e desde quando
É impossível de calcular, eu sei
Só sei a quem, sempre saberei
Por mais que se disfarce e tanto

Mas se seus lábios, enfim, tocarem
Os lábios meus, qualquer dia desses
Fácil, diria, quando acontecesse
Bocas dizem do amor ao se amarem


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