terça-feira, 5 de dezembro de 2017

MENOS UM

Meu romantismo faliu
Como um sócio ladrão
Que roubava as noites
E dava os dias à solidão

Faliu por falta de ética
Queria ser amado demais
Mas não sabia amar, atraia
E traia o amor e a paz

Só não virou manchete
O rombo que ele me deu
Porque antes de ser pego
O egoísta se arrependeu

E entregou os pontos
Dizendo, “perdeu perdeu”
Aceitou a humilhação que
Com amor Deus lhe deu

Aquele “eu” tão romântico
Era um malandro sutil
Que ficaria despercebido
Entre as mentiras do Brasil

Contudo, o holofote divino
Quando derrama sua luz
Nada fica escondido
Aos bons olhos de Jesus

Meu romantismo se viu
E morreu de tanta vergonha
Enfim, deu lugar ao amor
Que respira, age e sonha

E não poderia deixar o amor
De ter respeito ao vencido
Criou pra ele um museu
Com os poemas escritos

Não os precisa esconder
Advertindo aos visitantes
Veja e ria, mas não os siga
Sejam sóbrios e vigilantes

O inimigo perdeu a guerra
Mas é só um, entre os vários
Imagine vencer a vaidade
Outro esqueleto do armário

Se esse não existisse
Não acharia ser sua vitória
Eu não estaria escrevendo
Estes versos em vanglória

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