sábado, 12 de março de 2016

BEM-ME-QUER

Procurei sementes de bossa nova
Num disco antigo de João Gilberto
Para uma poesia ou uma prosa
Ou, talvez, um samba mais aberto


Eu tentei achar a sua essência
Na cadência daquela emoção
Logo vi que havia uma tendência
Era nada, era uma despretensão


A simplicidade do Brasil fotografada
Sob a luz que revela as suas cores
Cada nota é como pétala arrancada
Interrogando o bem-querer das flores


Bem-me-quer
Mal-me-quer
Bem-me-quer
Mal-me-quer
Bem-me-quer
Mal-me-quer


Como eu vou saber
A verdade de uma mulher?
O olhar não costuma dizer
Ou o ver não é pra quem quer


No balanço das ondas do mar aberto
Espumas explodindo na arrebentação
Isso não tem nada a ver com João Gilberto
Talvez, a correnteza do Chico, no Sertão


Do rio para o Rio, houve uma influência
Inequívoca e decisiva de um certo Tom
Capturaram a pureza do Brasil, em ciência
E a puseram num ritmo muito bom


Bem-me-quer
Mal-me-quer
Bem-me-quer
Mal-me-quer
Bem-me-quer
Mal-me-quer


Como eu vou saber
A verdade de uma mulher?
O olhar não costuma dizer
Ou o ver não é pra quem quer

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