sexta-feira, 16 de setembro de 2016

SEGUNDOS NA LUPA DE UMA VIDA

Ela andava como se desfilava
Filava meus olhos, lavava minha alma
Como poderia manter a calma
Enquanto ela, saborosamente, andava?

Depois ela veio na veia, no meio
Meio que embaraçada, desamarrando-me
O cadarço dos segredos, desnudando-me
Veio, encostando os seios, eu creio

Senti o frescor de sua tez nos lábios
E minha mão direita foi errante nas costas
Acho que lembro da cena em postas
A memória do meu tato, eu sei que é hábil

Que saudade daquele momento eu sinto
Não minto quando digo que cristalizou
Quem desprezaria, dizendo: "não é amor"
Se, nas batidas, meu coração não foi sucinto?

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