Asas e pétalas se encontram
E trocam experiências sinceras
Essas aladas lindas que encantam
As que perfumam em espera
Ambas são livres ao seu modo
Mais seguras, porém, as de raízes
Ancoram as que avoadas avoam
E as fazem voltarem felizes
A pureza de alma nos lança
Em livre voo de corpo ou perfume
As flores espalham o seu amor
E as borboletas vão ao cume
Estas arriscam até sua cor
Mas não se desligam da terra
Voltando sempre ao néctar
Para colher a seiva na flor
É evidente que vejo nas duas
Mulheres e suas fases distintas
E admiro os femininos arquétipos
Inferindo diferenças, umas trinta
A flor lembra uma mulher madura
Constante, sensível e zelosa
Com seu espírito maternal crescido
E as mais generosas são as rosas
As borboletas são filhas inquietas
Na vida, são queridas em alta dose
Jovens, impetuosas e destemidas
Mas bem lembradas da metamorfose
Embora voem alto e bem distante
Encaram os ventos com delicadeza
Sempre voltam e pousam radiantes
Alegres e amorosas em gentileza
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