Busco por musicalidade na poesia
Como o melhor aroma no ensopado
Mas é o sal que dá gosto ao texto
E o bom olho dosa o alho no pesto
Sem amor, torna-se insosso o fado
Palavras doces dão a massa macia
Do macarrão que absorve o tempero
Se há um zelo, ele é lido na sintaxe
E se não há, melhor um solo de sax
Ai da música de letras em desespero
Se eu soubesse compor uma sonata
Arriscaria dar duas notas de rodapé
Uma, para a bailarina dar o adágio
A outra, para seguir com um frappé
De resto, um esforço contra o plágio
Fosse eu uma flecha de cupido
Capaz de penetrar corações duros
Certamente, a ponta seria a música
E a poesia, o arco de impulsão física
Com assaz força de penetrar muros
Não posso dizer que me falta a ponta
Pois o Arqueiro nada me deixa faltar
Porém, pode ser que num futuro breve
Eu receba um dom por um toque leve
De acrescentar música no meu amar
Se a poesia não tocar os corações
E não carregar sementes, ela mente
Pois não tem sentido não ser plantio
De um testemunho do que viu e ouviu
E transmitir a todos tudo o que sente
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