quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O VER DA VERDADE

Vendo de muito perto
Não vendo os olhos jamais
Nem vendo este momento
De contemplação de paz

Vendo assim profundo
Vejo gestos de bailarinas
Ante festiva ribalta
Dezenas dessas meninas

Fazendo ciranda de roda
Com gracejos de matinada
Dançando e rodando em volta
Da alegria capturada

Um pouco mais de longe
Eu vejo as pétalas da flor
E um sorriso de doçura
De derreter pesquisador

De muito mais longe ainda
De onde não dá para as vistas
Vestes não cobrem nudez
Nem zebras possuem listras

Muito além do horizonte
Ontem, amanhã, não importa
O tempo não conta aqui
É feito ver atrás da porta

Não é uma flor o que vejo
Mas um olho da mesma estirpe
Emprestando a semelhança
Que o represente e antecipe

Sinto-me amado, portanto
Sob o olhar brilhante e terno
De íris densa e profunda
Que me leva a ver o eterno

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