Vendo de muito perto
Não vendo os olhos jamais
Nem vendo este momento
De contemplação de paz
Vendo assim profundo
Vejo gestos de bailarinas
Ante festiva ribalta
Dezenas dessas meninas
Fazendo ciranda de roda
Com gracejos de matinada
Dançando e rodando em volta
Da alegria capturada
Um pouco mais de longe
Eu vejo as pétalas da flor
E um sorriso de doçura
De derreter pesquisador
De muito mais longe ainda
De onde não dá para as vistas
Vestes não cobrem nudez
Nem zebras possuem listras
Muito além do horizonte
Ontem, amanhã, não importa
O tempo não conta aqui
É feito ver atrás da porta
Não é uma flor o que vejo
Mas um olho da mesma estirpe
Emprestando a semelhança
Que o represente e antecipe
Sinto-me amado, portanto
Sob o olhar brilhante e terno
De íris densa e profunda
Que me leva a ver o eterno
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