Onde os galhos estão secos
Os olhos ficam inundados
Falta água na caatinga
No riacho e na cacimba
Mas os rostos são molhados
Justo no sertão seco
Em que a dor é traiçoeira
Tem uns urubus sem asas
Que visitam aquelas casas
Sugam sobras da rabeira
Naquele chão cor de cinza
Misturam o pó com a mágoa
De pobres almas fazem lama
Enquanto acumulam a fama
Do carro pipa que vende água
Sei que haverá um santo dia
Em que tudo isso terá fim
Descerá do céu, em Brasília
Sobre a deslumbrada ilha
A ordem de um Querubim
A simplicidade da retidão
Vai mostrar o que era óbvio
O que havia de muito errado
Os recursos eram roubados
E camuflavam com imbróglio
Toda gestão feita com zelo
Atrai as bênçãos do Senhor
Chuva não vai faltar, não mais
Todo o povo terá paz
Sob o reinado do amor
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