domingo, 5 de fevereiro de 2017

SEMPRE FLORESCE

A visão de um campo florido
Projeta-se como um canto
Feito o amor num estribilho
Ao sentir do perfume o brilho
Ainda maior se faz o espanto

Essa perplexidade exultante
Que nos remete à poesia
Que boca seria tão distante
Que, ao abrir a esse instante
Diante da beleza se calaria?

É verdade que há um silêncio
Um pasmo mudo, instantes antes
Dos frenéticos se entregarem
Sobre o teclado e frutificarem
Palavras de amor e delirantes

Esse ato de amor, ao pressionar
A ponta dos dedos, é semelhante
Ao de um pianista criando um hino
Fazerem seus dedos de dançarinos
Para produzir um som edificante

Construindo o que sempre floresce
Por mais que a neblina do mundo
Se mostre densa e ofusque a dança
Prevalece o espírito da confiança
Porque o amor é grande e profundo

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