segunda-feira, 22 de maio de 2017

DOA-SE QUE ATORDOA

A arte de se doar em doçura
Faz as flores pertencerem à partitura
São músicas vivas, materializadas
E a dança, que segue o ritmo, seu tutor
É o perfume que ela exala desvairada
Se se doar dói, ela não liga para a dor
Deve ser uma exigência de ser flor

Mas é difícil para o beija-flor avoado e prosa
Que, frenético, do seu néctar se alimenta
Entender a aparente indiferença da rosa
Que se doa de modo impessoal e lenta
No mais das vezes, planta-se independente
Sempre bela, o tempo muda, ela nem sente
O colibri se desconcerta, mas não se isenta

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