sexta-feira, 2 de junho de 2017

EXPRESSÃO DO AMOR

Aberta assim, feito largo sorriso
Parece até que tem raios solares
Se você andasse, quantos andares
Precisaria ter para chegar a isso?

Quantas jornadas, sem ler jornais?
Que forma usa para ser formosa?
Qual a medida de suas meditações?
Diz se ser flor é um mar de rosas

Ou será que o perfume vem da dor?
Talvez, seja uma mão na despedida
Ou, por estar aberta, seja uma ferida
E o que exala seja o perdão em olor

É um mistério a natureza tão agredida
Ainda produzir flores, néctar e mel
Não era para ela fazer um escarcéu
Com tanto atentado, tornando-a poluída?

Então, são tapas com luvas de pelica
Feito o pelicano que muito nos ironiza
Pois nossa sede satirizada não alisa
Miséria humana, ante a natureza rica

Ou, quem sabe, seja resiliência à dor
Do que, no fundo, nunca se contamina
O lixo é nosso, sua essência fica limpa
E a flor seja a expressão de tal amor

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