domingo, 4 de junho de 2017

QUENTES CORES

Quentes cores em flores
Arranjo de tintas fogosas
Ciranda de ousadas rosas
Chamas de aquecer amores

Nem reunindo mil cantores
Em coral e grande orquestra
Para apresentarem na seresta
Em som os tons dos ardores

Mesmo que fossem tenores
Vozes de ouro em coro ao léu
Não levariam ao ar tanto mel
Nem chegariam aos valores

Que voz poderia expressar
Essas nuances e o perfume?
Que música teria tanto lume?
Que cantora haveria de cantar?

Feito uma flor aberta ao céu
Lançando a doce voz à brisa
Com um sorriso que eterniza
A luz com que marca o papel

Talvez essa artista até exista
E insista em plantar um jardim
Em terreno onde jaz o jasmim
Minguando e, assim, resista

Porém, ao espalhar o pólen
Deve ela saber que há ervas
Assim, esconde ser serva
E se conserva dos que a olhem

Não, contudo, sem evitar o porre
De ter sempre à sua janela
Um beija-flor ao redor dela
Para confirmar - I’m sorry


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