sexta-feira, 9 de junho de 2017

UMA CASA À PARTE

Eu, que fui feito do barro
Sou um caso, não como a casa do João
Não por acaso, esta só fica parada
Porque se trata de imóvel, não tem paixão

Se fosse gente, seria um vivente errando
Seria imperfeita e frágil, como eu erro
Quando o casal voasse, ouviria um berro
E se demorasse, a encontraria chorando

Certeza que ela teria um temperamento
Que afetaria por dentro a temperatura
Não seria fácil, não passaria o tempo
Viver num ninho da minha arquitetura

Há que ser tão simples quanto um passarinho
Ter amor, que reúne coragem, perdão e ternura
E teria que concordar a não economizar carinho
Somaria ao “lar doce lar”, o quadro “o amor cura”

Falho tem esse atributo de ser móvel, vai vendo
Mover-se por amor, contudo, seria a melhor das casas
Asas teria, sem se opor ao bom fundamento
Lar de bom pensamento, morada sem águas passadas

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