quinta-feira, 6 de julho de 2017

PERFUME PERENE

Além do sorriso, há nisso uma jornada
Mesmo sendo belo, cândido e perplexo
Observo o aspecto desigual e complexo
Entre o que aprecio no olhar da amada

Finge que não se espanta, e sorri gentil
Sem deixar de se confessar estrangeira
Porém, não menos do que não queira
Desejava ser comum e feliz, no Brasil

Chega a pronunciar palavras brejeiras
Que não condizem com o que dizem
Para ocultar suas virtudes com leasing
Quer seguir a maré, ela bem brasileira

Admiro a humildade ao longo do eixo
Fascina o despojo prenhe de ternura
Em meio à exagerada desenvoltura
Oculta a verdade, dissimula desleixo

Mas quando passa o susto, as dores
Fica o bálsamo perene, frescor da brisa
E o céu que brilha nos olhos de Luiza
Eterniza no coração um aroma de flores

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