Por humildade é que o mar se acanha
E não pinta de azul marinho a quem se banha
Mas a oceânica tinta atinge e tinge a visão
Em sociedade ou namoro com o astro artista
Salga minha pele e me adoça a vista
Abre horizontes para a minha paixão
Faz convites de não negar, a navegar
Teimosas ondas me aliciam com carícias
Cintilam na superfície estrelas que nadam
Bradam como quem clama para a galáxia
Quase sempre, o mar é brando, uma delícia
Mas às vezes, suas espumas rebeldes saltam
Temos uma relação de amor e respeito
Confio no mar aberto, se a água bate no peito
Mas se as ondas me puxam, eu não reluto
Melhor ver o que ele quer, boiando a esmo
O mar é como uma mulher, não se sabe mesmo
O que verdadeiramente quer, e atento escuto
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