Água nos ombros
Seios submersos
Os cabelos molhados
Molham meus versos
A moça no lago
Ao largo da tarde
Arde meus olhos
A beleza que alarde
Ao largo da tarde
Arde meus olhos
A beleza que alarde
O tempo quente
Paira perplexo o ar
A brisa ausente
A água parada
A moça a dançar
Antes fosse um pintor
Saberia com que cor
Faria tal pintura
Mas descrever a cena
Neste manco poema
Parece loucura
Ela mergulha
Seus pés vão à tona
A poesia, à lona
E eu à procura
Da palavra
Da cura
Do fôlego
Do desafogo
Da fuga
Ou de abrir os olhos, de novo
Fico acanhado
Mas não impassível
Termino o poema?
Acho impossível
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