quarta-feira, 18 de maio de 2016

SEM BRINCADEIRA

No dia de hoje, pasme
A borboleta cantou
O passarinho perfumou
E a flor pulou do caule
Saiu avoada, zanzando
Batendo pétalas, voando
À noite, talvez se acalme

Por onde o passarinho ia
Exalava pelo sublime gogó
Um aroma de mel melódico
Assovio de olor gótico
Com o bico virado para o sul
Ninguém sabe o que ele via
Se era um semelhante azul

Virou matraca, dona catraca
A ansiosa e giratória borboleta
Não parava de cantar Zé Ramalho
Rodopiando a dança da roleta
Como um disco de cassino
Que nunca virava o lado
Cantando como dobra o sino

No dia de hoje, tudo pirou
Foi assim, como um surto
O raiar de um grande amor
Dando um susto na realidade
Então, minha sorte mudou
Sem brincadeira, me ligou
Dando um fim na saudade

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