sábado, 4 de junho de 2016

ABANDONO DE PALAVRAS

As palavras que correm
Da minha poesia louca
São as mesmas aladas
Que fogem apressadas
Da minha petulante boca
Quando eu quero falar

Mais que a substancial "fome"
Dos discursos, um extrato
Outro substantivo abstrato
O "Abandono" é a que mais some

Mas há de haver concórdia
Não com meras palavrinhas
Mas em espírito, nas entrelinhas
Com a essencial "misericórdia"

Quero um canto diferente
Que não busque a comoção
No entanto, incentive a ação
Com a verdade proeminente

Mais importante que grifar
Em poesias de grife, a tristeza
Com boa vontade, é semear
Em canto de amor, a beleza

No cenário confuso que se vê
Enxergar o amor sem aparelho
É achar uma agulha no palheiro
Mas o sentido da poesia é o quê?

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