Vou buscar nas flores
O que os amores não me deram
Fui malogrado nessas provas
Matéria em que só levei zero
Volto ao jardim onde as rosas
Mostram que sabem o que sinto
Embora não falem, levam-me
A outros lugares no labirinto
De onde extraio esse elixir
Que nutre minhas mãos de letras
Em noites claras, horas extras
Com palavras de existir
Sem a poesia, não existo
Não deixaria legado por onde eu trilho
Pois, a todo instante, deixo isto
Cada poema, como se fosse filho
Mas o que os amores não deram
Que as flores exalam em demasia
É o relacionamento simples e sincero
Sem mestres, sem testes, sem revelia
No julgamento se perde o gosto
Da doce partilha de afeto e riso
Logo se vê arrogância no rosto
De quem se embriaga do próprio juízo
Teorias exóticas, artifício infecto
Não deixam para Deus as provas
A ambição e o orgulho, nossas covas
Enterramos o amor com o intelecto
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