domingo, 12 de junho de 2016

O NINHO

Como um passarinho
Fui fazendo um ninho
Como podia
Com restos de poesia

Com gravetos de letras
E gestos de operários
Pintei palavras pretas
Dando sentidos vários

Pesquisei sílabas e ramos
Da língua, seus fragmentos
Fui costurando filamentos
Da linguagem que amamos

E agora?
O que fazer da construção
Quase acabada?
Se não me cabe sozinho
Porque foi feito ninho
Sem ninhada, não é nada
Sem amada, não é morada
Sem namorada, sem carinho

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