quinta-feira, 13 de outubro de 2016

LÍRIOS DOS DELÍRIOS

Não há muro
Intransponível
Tanto quanto o orgulho

Não há muro
Desse triste nível
Tão frio, tão duro

Só o amor persevera
O suficiente, e espera
Num silêncio de adega
Um milênio, uma era
O muro ruir

O amor não faz força
Pois espera, elegante
Faz, no máximo, poesia
Como ventos uivantes

Nos bosques a buscar
Entre árvores gigantes
Um verso penetrante
Com que possa visitar

Mas a busca incessante
Mostra que a poesia é inábil
Como os lobos delirantes
Perante a inalcançável

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