sexta-feira, 21 de outubro de 2016

SEREIA DO CÉU

Tu vens artista sobre a plateia

De poetas uivantes, metais ao ímã

Brilhando altiva ante a alcateia

Humilhando as nossas pobres rimas


Até os cordeiros se dão à poesia vã
Atraídos pelo dourado da lua cheia
Tecem versos com os fios da própria lã
E sofrem de frio com a saudade alheia

Lobos e cordeiros te admiram, nus
Abrem mãos da vida para te olhar
Todos perdidos, insetos à luz
Iludidos na poesia que gravita o luar

A lua e a sereia têm algo em comum
Ambas afogam os cordeiros em água
Os marinheiros de primeira viagem
E os poetas que produzem lágrimas

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