Da minha varanda, pasmo e inerte
Vejo um mar de céu estrelado
Sob uma nuvem grande que reflete
Um amarelo velho e desbotado
Como espelho fosco do céu deitado
Falseia em inverso tosco o universo
A visão do chapéu no lugar do sapato
Tipo dizer "paralelepípedo", soletrado
Uma palavra dura endurecendo o verso
Tentativa de roubo da universalidade
Estranha essa presunção da cidade
Resumir o firmamento, compactado
Botar o infinito no bolso, flagrado no ato
Dando choque na paisagem a eletricidade
Furtando como camaleão o estrelato
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