Um vento frio e cortante que me castiga
Passa áspero pelos olhos lacrimejantes
Arde no peito e dói constante a pele seca
Mas meu coração não deixa de ver adiante
Tem calor, mesmo quando tudo congela
Este que pulsa e se entrega e se precipita
Quando todo o corpo treme e range o dente
Impávido e tranquilo, meu coração palpita
Se nasci num mundo cheio de espinhos
Antes, minh’alma navegava em mar de rosas
Intrépida, sensível e serena, nos descaminhos
Guiou-me aos cuidados de mãos zelosas
Eu sou essa brasa que queima e habita aqui
Não esta casa tão maltratada de carne dura
A alma é esse coração que nunca adormece
Mas sonha e me aquece com poética ternura
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