Já derramei muitos baldes
De sins e sinceras lágrimas
E baldeei litros de palavras
De transbordar o oceano
Verti versos em prantos
Corri rios de risos frouxos
E calei o calendário
Deste e do outro ano
A gente não agenda
As datas de uma alegria
O atraso não tem prazo
O prazer não vai ter dia
Apraz-me a sintonia
De escrever e servir
Anoitecer com a noite
E, com a alva, sorrir
Amanheci bem depois
Do incômodo crepúsculo
Exercitei a piedade
Mais que os músculos
Crescido de coração
E a paixão em latifúndio
Tornei-me fazendeiro
Dos sonhos mais profundos
Fundamentei a minha casa
Na verdade e na clareza
Com tijolos, não sentimentos
A liga é de cimento e certeza
Nenhum comentário:
Postar um comentário