quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

DO OSSO DA COSTELA

Sinto tua presença tão perto
Onde não estou muito certo
De não haver mais ciúme
É como respirar o perfume
Não com o nariz, decerto
Mas com o coração aberto

Dentro de um tempo paralelo
Ao som de um violoncelo
Cujo arco seja íris, ou beira
Pincela o céu com uma cor
Que mais parece uma dor
De uma solitária estrela

Vejo que estamos a sós
Olhando no céu um só Sol
Com piedade do astro
Que, casto, chora o arrebol
Lançando sua luz à Lua
Que também flutua só

Parece um nó na garganta
Uma cantiga que não canta
Uma manta que não cobre
Não é um sentimento nobre
Mas um lamento, talvez por ela
Não de coração, mas de costela

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