Mesmo que eu escreva poemas
O Senhor sabe que vivo em branco
Como um papel em silêncio franco
Sem a rigidez de qualquer dilema
Tenho por vida, o que sempre convida
A boa surpresa da divina vontade
A sede que espera a chuva da tarde
Um sinal de cura por Deus decidida
Mesmo que eu me dê a escrever
Dou-me ao branco, todos os dias
Em renúncia, apesar das poesias
Só solto palavras para as ver correr
Um rebanho se perdeu no céu
Espalhou-se pelos quatro ventos
Dei de ombros, pois não intento
São palavras livres, felizes ao léu
O que escrevo já não me pertence
O ponto final de todo texto é o leitor
Que reconheçam somente o amor
Metáfora não é fora, o mal não vence
Entrego-me a Deus em branco papel
Assinado em baixo, como um cheque
Peço mais fé e amor! Que eu não peque
Nem perca o gosto: poesia é meu mel
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