domingo, 14 de janeiro de 2018

O PERFUME DA FLORESTA

Sinto o aroma do que pensa
Amo os mistérios do Universo
Tanto quanto amo os versos
De uma poesia densa

Como no interior da floresta
De escuras sombras atlânticas
Entre as clareiras orgânicas
Faunas e floras em festa

Eis que, com cuidadosos pés
Pé ante pé, prudente adentro
Com o coração na mão, atento
Cheio de dedos, lés a lés…

Sigo devagar, a passos felinos
Com canino faro às flores
Tudo o que pensa, os amores
Na floresta densa, tocam sinos

Observo os insetos nos galhos
O passarinho catando gravetos
O esquilo, a borboleta, o coelho
Respiro fundo, o olhar espalho

Nas águas, vejo-me no espelho
Pasmo, já tomado pelo encanto
E nem me prendo ao espanto
Vejo o verde, deixo o vermelho

As nuances do perfume vigente
Lançam-me à outra espessura
Noto que guarda muita ternura
No rico e inexplorado ambiente

Quanto tempo e espaço existem
Dentro desse encontro coerente
Infinito é o caminho pertinente
Dos viventes que coexistem

A densa floresta e o bandeirante
Ele com respeito, ela sem pressa
O amor é o espírito da promessa
Que leva o acerto ao errante

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